quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carta para Fernando CésarT

Querido Fernando CésarT, 

Sabe aquela alegria insignificante que a todos rodeia? Eu sinto e sinceramente estou tonta de tudo isso.
Mas o que te passa? Senão a saudade de outrora de vida vivida?
O que te sobra senão o sermão diário da manhã? Que nos obriga a salivar invejamente os pretígios dos ricos?
Para ser sincera eu luto por mim mesma, e estou destinada a isso.
Como você que luta só e mesmo nocauteado pela vida anuncia o fim.
Meu amigo e amor, eu conheço o seu fim, e suas tendências depressivas.
Eu sei o quanto você prima em viver e ama saber de arte na música.
Também sei que a cada dia você ora e ou reza à Deus.
Que você acredita em Algo. Também sabe onde vai sua capacidade e seus estímulos escondidos  nos poros estão a flor da pele.
Eu sei que você se movimenta mesmo desistindo e intercalando da sua forma. Eu te amo: Fernando
Eu te conheço. Sei que daqui a alguns dias estará me escrevendo e você sabe que gosto de ser elogiada. Não estrague seus momentos : Os sinta e sempre me escreva.
Eu não me importo que você faça o que faz. Eu te aceito e te amo assim. Como irmã , amiga, mulher e confesso que te admiro aos avessos e de qualquer forma.
Deixo aqui uma música que você tanto ama! Só pra te lembrar que não esqueci do Fito Paez e da canção Al lado del camino.





Al lado del camino
(Ao lado do caminho)


Eu gosto de estar ao lado do caminho
Tragando a fumaça enquanto tudo passa
Eu gosto de abrir os olhos e estar vivo
Ter que me entender com a ressaca
Então, navegar é preciso
Em barcos que se chocam no nada
Viver atormentado de sentido
Acho que esta, sim, é a parte mais pesada

Em tempos onde ninguém escuta ninguém
Em tempos onde estão todos contra todos
Em tempos egoístas e mesquinhos
Em tempos onde sempre estamos sós
Terá que se declarar incompetente
Em todas as matérias do mercado
Terá que se declarar um inocente
Ou terá que ser vil e desalmado
Eu já não pertenço a nenhum istmo
Considero-me vivo e enterrado
Eu pus a canções no seu walkman
O tempo me pôs do outro lado
Terei que fazer o que é e o que não é devido
Terei que fazer o bem e fazer o dano
Não esqueças que o perdão é o divino
E errar às vezes costuma ser humano

Não é bom fazer-se de inimigos
Que não estejam à altura do conflito
Que pensam que fazem uma guerra
E fazem xixi nas calças como meninos
Que rondam por sinistros ministérios
Fazendo a paródia do artista
Que tudo que dá vida nesse mundo
Apenas os dá caspa e inveja
Eu era um menino triste e encantado
Com Beatles, Caña Legui e maravilhas
Os livros, as canções e os pianos
O cinema, as traições, os enigmas
Meu pai, a cerveja, os comprimidos, os mistérios
O whisky mau
Os óleos, o amor, os cenários
A fome, o frio, o crime, o dinheiro e minhas 10 tias
Tornaram-me esse homem confuso

Se alguma vez cruzar comigo na rua
Dá-me um beijo e não te aflijas
Se vir que estou pensando em outra coisa
Não é nada mau, é que passou uma brisa
A brisa da morte apaixonada
Que ronda como um anjo assassino
Mas não te assustes, isso sempre me acontece
É só a intuição do meu destino

Eu gosto de estar ao lado do caminho
Fumando o fumaça enquanto tudo passa
Eu gosto de regressar ao esquecido
Para lembrar-me dos sonhos da minha casa
Do menino que jogava bola
Do 49585
Ninguém nos prometeu um jardim de rosas
Falamos do perigo de estar vivo
Não vim para divertir a sua família
Enquanto o mundo cai em pedaços
Eu gosto de estar do lado do caminho
Eu gosto de sentir-te ao meu lado
Embalar-te cada noite entre meus braços

Ao lado do caminho
Ao lado do caminho
Ao lado do caminho
É mais interessante e mais barato
Ao lado do caminho
Ao lado do caminho


Esta é um carta ficcional ou Não.

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