sábado, 15 de novembro de 2014

Fazer Amor com os Olhos

Sei fazer amor com os olhos
Sem precisar me aproximar
Sei entender os seus segredos
Sem precisar olhar
Eu quero todo seu corpo
Alma e segredos tortos mal explicados,
O que foi mal dito
O que não foi analisado
Eu entrarei pelas porta dos fundos
Entenderei seus caminhos no mundo
Educadamente te invadindo
Te sentindo
Te abrindo no coração
Uma canção e você  não tem fim


 Fernando Cesart

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Mulher de Touro


Mulher de touro
Eis, que, uma oferenda de oxum
Nas entrelinhas de um coração sempre mulher menina
A santidade de sua sensualidade habita
Eis que versos serenos são poucos
Uma dose de “pés no chão”
Com o requinte do romantismo
São belas
Donzelas
São nuas
Felizes
amigas
Verdadeiras e somente suas
Algumas ocultistas ou não
Recebem um dia um mensageiro bão
Que define o seu olhar para o futuro,
E mexe com seu mundo inteiro
Esta, mulher de touro
Hesita, como toda taurina
Encasquetada com o destino
Ela pergunta,

Donde vens?

O mensageiro se irrita,
E diz: para que a pergunta?

Só vim lhe dizer que seu amor chegará em breve
Ela pergunta, em quanto tempo?
Ele se novamente se irrita e diz;
Faça juz do seu signo, moça de touro
Perseverança e juízo
Es uma preciosidade divina
Que percorre aos olhos do pai
Santos
E agora tanto faz
Só digo que virá
O amor, taurina, vai te acordar.
O que eu disse é fruto da sua estrada
Virá tão belo que sentirá um frio no estômago
Então saberá quem é
Para taurina mulher.

Ela espera,
Se arruma
Se penteia
Se pluma
Se veste
Se maqueia
Acende incenso
E olha para os lados
Procurando seu futuro namorado
Ou será marido?
Mas tem certeza que será só seu
Porque diante dos zoio de Deus
Ela merece

Ela arruma a casa
Seus olhos são outros
E ela pensa de súbito
Saberei reconhecer meu amor?
E quando chega, ela se pergunta?

Será problema ou amor que o mensageiro me arrumou?
Indaga totalmente
Consulta o tarot
Procura na internet, assuntos de um grande amor

Mas, enfim,
Quando ele abre a boca
Ela sabe que é seu
Que as palavras dele são só para ela
Que nunca sonhou com bicicleta
E sim, queria se casar
Não é nada a toa
O amor como garoa
Vem pra se molhar.
Bem devagar
Assim como a mulher taurina.

Fernando Cesart

quinta-feira, 1 de maio de 2014

FIlho do Desespero




Toda essa eternidade nos dedos
Como se fosse determinar e expelir meus pensamentos
Sou filho do desespero
Encantado por fins célebres
Eu amo e odeio o que me rege
Como qualquer sentimento
Estivesse guardado na prosa
Embora
Minha voz apenas oscile
E o que chega a mim
De forma linear
É produto bruto,
De dor, de fluxo
Ouro escuro
Sou radar de tempestades
Vivo no mundo como uma desastre
E o olhar corriqueiro do coletivo
Não me distrai
Na verdade não me causa vontade
Senão náusea
A ausência de arte
A sequencia
A narrativa de qualquer desastre
Pode ser desastre mental
Aniquila a posição soberba
Acabou o feriado
E eu ainda não me dei conta
Eu me nego a dormir
Por que será de tanta desilusão
Se habitei poucos metros o mundo e essa imensidão
Na verdade, não saí da minha casa
Me olhei no espelho e estava tudo bem
Enquanto o câncer é nítido no olhar alheio
Eu me fechei e me ajuizei com teoria alguma
As vezes Drummond
As vezes nada
E a partir dessa viagem,
Eu nulo
Serei
Porque há tanto espaço vazio
Oceano e liquido
Que eu me cansei do meu espaço vazio
Não foi nada, meu amor
Simples vácuo
Não há nada mais comovente que o simples cotidiano
Pra quem fala de amor e de anjos